
Não se movimentam, não se mexem, estão sempre na posição perfeita, como num quadro comum, desses retratistas.
Parecem que sempre estiveram aqui, antes mesmo de tê-los comigo.
Quando lembro de antes, do vazio, ainda sim parecia perfeito, cada novo móvel se encaixa num lugar separado para si, vão para o lugar que já era deles. São todos aposentados, veteranos de guerra, histórias diferentes que não contam a ninguém. Eles apenas esperam, calados, atordoados, resolutos e amestrados.
Parece que eu que sou um móvel, eu que mudo sempre de lugar.
Eles não.