Nasceu. Nasceu de um sorriso e de um sonho. Nasceu de uma mulher simples que buscou a vida toda a felicidade, tropeçando diversas vezes. Semente de um homem grandiosamente simples, precário, honesto, humilde.
Cresceu como uma rama cidreira, floresceu, apesar de tudo deu frutos, vingou.
Viveu como quem tem fome, descobriu seu próprio andar, leu romances e mistérios, aventurou-se em misteriosos romances, não mentiu um dia sequer, pois vivia pelo coração. Ajudou aos outros, cometeu pecados, se arrependeu de tudo, refez do mesmo jeito, descobriu o sorriso, iluminou o âmago, chorou pouco, emocionou alguns, juntou amigos: tantos quantos seus dedos das mãos.
E em um belo dia morreu. Como sabia que ia morrer. Como um piscar de olhos ou um bater de asas. Morreu do nada, como contava que seria, dando seu ultimo sorriso. Morreu sem deixar nada. Nem uma grande herança, nem uma casa, nem um carro, muito menos objetos de valor.
Só restaram as lembranças dos que o conheceram, e que como se fosse impossível não notar, testemunharam sua passagem neste mundo. Morreu deixando somente isso. Além dos móveis antigos em seu apartamento alugado.